Nelson Piló guarda uma parte da historia do violão mineiro - Foto: divulgação |
Celso Faria - Foto Foca Lisboa |
A SEGUNDA TEMPORADA DO CICLO DE ENTREVISTAS "O CHARME DO VIOLÃO MINEIRO"
Alexandre Piló aos 12 anos e já seguindo os passos do pai ao
abraçar o violão como instrumento de estudo e dedicação por toda a vida. Foto: fonte: Repositório UFMG |
Em cada encontro, um convidado especial, de relevância na cadeia produtiva do violão no estado das Minas Gerais, irá nos contar sobre sua trajetória, abordando o seu vínculo com o instrumento, seus principais trabalhos, enfim, todo o “seu universo” criado e vivenciado em torno do violão.
A fim de entendermos um pouco mais sobre esta complexa rede tecida ao redor do “Violão Mineiro”, foram convidados: executantes, professores, compositores que utilizam o violão como suporte criativo, compositores que não executam o violão, luthiers, produtores, jornalistas, pesquisadores, técnicos de som, além de musicistas que possuem vasta experiência colaborativa com o violão (seja na vertente música de câmara ou orquestral). Ao todo, serão vinte entrevistas nesta temporada, que se somam às trinta realizadas no ano anterior, em um projeto abrangente e inédito no estado das Minas Gerais.
Convidados desta temporada
O primeiro convidado será o violonista, compositor, e professor Alexandre Piló, que abordará vida e obra do seu pai, Nelson Piló. Também serão entrevistados nomes como Ângela Pinto Coelho, Raul Marinuzzi, Eduardo Campolina, Toninho Horta, Pedro Alexandrino, Silvio Viegas, Celso Moreira, Edinho Santa Cruz, Celina Szervinsk, dentre muitos outros. A cada semana, nossos convidados lançarão luz aos aspectos históricos, estilísticos e tendências, que nos auxiliarão a decifrar o charme do mais “sedutor” dos instrumentos nas Minas Gerais.
Retrato de Nelson Piló por Jorge Maltieira, 1961. Foto: fonte: Repositório UFMG |
Mineiro de Belo Horizonte. Nelson Piló nasceu em 1914. Desde a infância, Piló mostrou interesse pela música - este, foi acentuado pela influência do seu irmão mais velho, Homero Piló, que fora aluno do Conservatório Mineiro de Música.
Apesar de não ter tido um ensino formal de música - ele sempre afirmava ser autodidata - Nelson Piló esteve atento às manifestações artísticas do seu tempo. Na década de 1940, ele já era reconhecido como professor e executante de violão em Belo Horizonte. Era habituè nas orquestras de cinemas, em rádios, teatros e saraus particulares. Neste mesmo período, se apresentou também em algumas cidades do interior de Minas Gerais.
O repertório executado por Piló contava, entre outras, com obras de Johann Sebastian Bach (1685-1750), Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) e Georg Friedrich Händel (1685-1759), por exemplo. Em 1945, ele mudou-se para o Rio de Janeiro e, no ano seguinte, foi contratado como copista pela Rádio Nacional. Algum tempo depois, por intermédio de Paulo Tapajós, Piló exerceu as atividades de arranjador e maestro nesta mesma instituição.
Hábil transcritor, Nelson Piló teve vários trabalhos publicados em diversas casas editorias nas décadas de 1950-60. Nelson Piló retornou a Belo Horizonte em 1969 e logo passou a lecionar violão na loja "A Musical", conhecido comércio especializado em artigos e instrumentos musicais, sediado no centro de Belo Horizonte. Rapidamente, Piló se tornou muito procurado e foi responsável pela instrução de um sem número de alunos. Nelson Piló faleceu em Belo Horizonte, em 1986.
Programe-se e não perca esta estreia às 20h30, com transmissão pelo Canal Celso Faria no Youtube. Convide os amigos e participe ao vivo através do Chat.