Pioneiro entre os grandes gêneros formadores da MPB, o choro segue pulsante e transformador aos 150 anos. No dia de seu aniversário, 23 de abril - o de nascimento de um de seus maiores criadores, o genial Pixinguinha - uma “live especial” reviverá sua trajetória, no You Tube do Canal Brasil.
A transmissão terá início às 20 horas e contará com a participação de um time de célebres instrumentistas brasileiros com apresentação de Henrique Cazes e direção de Carlos Alberto Sion.
Participa da primeira abordagem, um grupo de especialistas na matéria, formado por Henrique Cazes (cavaquinho), João Camareiro (violão de 7 cordas), Beto Cazes (pandeiro), Leonardo Miranda (flauta), Ronaldo do Bandolim e Everson Moraes, ao trombone, e no referido oficleide, resgatado com seu timbre peculiar do início do século.
Em outro set, o mesmo Cazes, lidera um quinteto com diversos ases em seus instrumentos, Rogério Caetano (violão de sete cordas), Silvério Pontes (trompete), Alexandre Maionese (flauta), Tiago Souza (bandolim) e Netinho Albuquerque (pandeiro). Eles revisitam mais duas pérolas inoxidáveis de Jacob (“Noites cariocas”, “Bole bole”) e outras duas, não menos reluzentes, seu ilustre rival em popularidade e influência, o cavaquinista Waldir Azevedo (“Delicado” e “Vê se gostas”, com Otaviano Pitanga). Neste seleto repertório, ainda entram um clássico do lendário trompetista Bonfiglio de Oliveira (“O bom filho à casa torna”), os irresistíveis dribles sonoros de Pixinguinha em “Um a zero”, a lírica “Homenagem à Velha Guarda”, do acordeonista Sivuca, “Beliscando”, do ecumênico sambista e chorão Paulinho da Viola, e uma especiaria da lavra de integrante do grupo, “Chorinho em Cochabamba”, de Rogério Caetano (com Eduardo Neves).
De formação erudita, a pianista Maria Teresa Madeira milita igualmente no choro, e dedicou um box de 12 CDs à obra completa do fundador Ernesto Nazareth, a quem revisita solo, em “Fonfon”. Ao lado da exímia flautista e pesquisadora Andrea Ernest Dias, MTM singra dois outros ícones inaugurais do choro, o supra citado Pixinguinha (“Desprezado”) e outro flautista de estirpe, Pattapio Silva (“Zinha”). Eclético saxofonista do pop ao jazz, com longo percurso na MPB, Leo Gandelman que homenageou em disco o essencial Radamés Gnattali, divide a “Valsa triste”, do mestre, com Maria Tereza Madeira. E arremata solo, com a auto explicativa “Ternura”, do modernista potiguar Sebastião de Barros, saxofonista e clarinetista conhecido artisticamente como K-Ximbinho.
O choro recicla sua história e segue em frente. Não perca, logo mais a grande festa que celebra os 150 anos do Choro.