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19 de outubro de 2020

O Choro mineiro celebra hoje o centenário e o grande legado do mestre Belini Andrade.


Trazendo o dom e a genialidade musical, o clarinetista, saxofonista e compositor mineiro Belini Alves de Andrade nasceu em Abaeté, no dia 19 de outubro de 1920. Hoje celebramos o seu centenário e a grande obra que ele nos confiou.

Belini chegou a completar 97 anos, quando morando em sua amada Abaeté, partiu para outras paragens musicais, nos legando uma obra composta por mais de 400 Choros. Influenciado por Pixinguinha, Benedito Lacerda e Luiz Americano, a obra de Belini está dividida em músicas escritas para flautas doce e transversal, saxofone, clarineta e outros instrumentos.
Suas composições trazem a tradição do gênero Choro com elementos peculiares e a influência da prática de uma nova escola de chorinho, modificado em sua estrutura melódica e artística. Seu estilo conferiu uma dimensão mais didática e musical, com mais dificuldade de execução e deixou sua marca como mestre, grande compositor e multi-instrumentista. 

No início de sua carreira, tocou no exército, onde se alistou bem jovem e com o intuito de tirar a carteira de reservista, que era pré requisito para ingressar em um banco do qual recebera proposta de trabalho. 
Hino de Abaeté em quadro bordado,
 exposto na Casa de Cultura da Cidade.
Foto: Guia Abaeté

Porém, quando o jovem músico se deparou com uma banda com grande variedade de instrumentos encantou-se, e para integrar-se ao grupo de oitenta músicos teve que perder duas patentes e voltar a ser soldado para participar da banda. Ao longo de sua carreira no exército, Belini foi promovido a sargento e transferido para a Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende (RJ). Posteriormente, foi aprovado no concurso para regente e voltou para Belo Horizonte como tenente e maestro do 12º Regimento de Infantaria. Depois disso, foi promovido a capitão e aposentou-se como major. 

A trajetória de Belini Andrade no Choro se mistura com o desenvolvimento do gênero na capital mineira, onde o músico tocava em várias orquestras de dança na cidade.
Depois que voltou para Abaeté, o maestro fundou a Escola de Música Geraldo Andrade, em homenagem ao pai, e passou a coordenar um grupo vocal de serestas. 

Sua cidade natal ganhou dele várias homenagens. Entre elas, o próprio hino, cuja melodia ganhou letra do professor Modesto Pires Ribeiro. Sua autoria foi delicadamente registrada com sua patente de "Major Belini",  bordada no quadro acima, que se encontra exposto  na Casa de Cultura de Abaeté.
Ouça o Hino de Abaeté, cuja gravação histórica conta com a participação de Belini Andrade (sax), Mozart Secundino de Oliveira  (violão 7 cordas), Isaias de Souza (Percussão), Wagner Andrade (violão)  e Anna Lúcia Andrade (voz).

Belini deixou suas composições registradas em CDs com o Grupo Flor de Abacate e Lúcia Pereira e sua vida e obra inspiraram pesquisas acadêmicas, transformadas em teses de mestrado. 

Para celebrar os 100 anos de nascimento de Belini Andrade, esse eterno talento da cena instrumental brasileira, trazemos um registro histórico de sua participação em evento produzido pelo Clube do Choro de Belo Horizonte, em 2007, no Teatro Marília.
Belini sola "Ciceronando", Choro de sua autoria, composto em homenagem ao acordeonista, Cícero Gonzaga. Aplaudam o grande mestre!