Por: Hamilton Gangana
O menino José Lucena começou a estudar música aos 9 anos e, a partir dos 14, passou a se dedicar exclusivamente ao violão.Mudou-se de João Pinheiro, no interior de Minas, onde nasceu para Belo Horizonte e foi matriculado no tradicional Instituto São Rafael, obtendo seu primeiro diploma, tendo como mestre Walter de Carvalho Alves.
Após participar de vários concursos, tourneés, seminários, palestras e audições, não só no Brasil, mas também no Uruguai, Alemanha e Suíça, obtendo diversas premiações e medalhas, em 1973 ingressou no Curso de Composição e Regência da Escola de Música da UFMG, onde lecionou a disciplina de violão até 1997.
PATRONO DO VIOLÃO
Em 1976, o professor Eduardo Osório Cisalpino (1929/2017) era reitor da UFMG e a Escola de Música dirigida pelo maestro e professor
Sebastião Vianna (1916/2009), quando o violão passou a fazer parte do Curso de Graduação, por
sugestão do professor José Lucena Vaz, tornando-se, assim, a primeira Universidade
brasileira de ensino superior a incluir o popular instrumento no currículo de estudos.
Em reconhecimento, em 1977, o professor
Lucena foi homenageado pela UFMG, com a realização do “Concurso Nacional de Violão José Lucena Vaz”, com êxito esperado.
Com o auditório alcançando sua lotação máxima, o homenageado esteve entre amigos, ex alunos e admiradores Foto: Divulgação Conservatório UFMG |
RECITAL COM EMOÇÃO
O violonista Carlos Walter foi um dos concertistas da homenagem. Foto: Divulgação Conservatório UFMG |
Celso Faria, ex aluno e produtor do evento, Professor Lucena e Gilvan de Oliveira Foto: Divulgação Conservatório UFMG |
Ao final da apresentação, foi exibido em telão, um vídeo com mensagens calorosas de cumprimentos e agradecimentos de ex-alunos, colegas de magistério, amigos, familiares e admiradores do homenageado, como Oiliam Lana, Berenice Menegale, Marilene Gangana, Hely Drummond, Miryan Rugani Vianna; dos alunos violonistas Sílvio Carlos, Weber Lopes, Fernando Araújo, Carlos Walter, Juarez Moreira, Gilvan de Oliveira e violonista radicado no Rio de Janeiro, Turíbio Santos. Também gravaram mensagens Fábio Zanon, Eduardo Campolina, Edelton e Everton Gloeden (de São Paulo), Flávia Domingues (de Porto Alegre), Alieksey Viana (da Suíça) e Sérgio Assad (de Chicago).
O evento contou com produção de Celso Faria e Eduardo Barreto e assessoria especializada de Márcia Francisco, sendo encerrado com a entrega solene de uma placa ao professor Lucena Vaz, alusiva à comemoração, com o homenageado e os concertistas no palco, sendo calorosamente aplaudidos pela plateia.
PROFISSÃO DE FÉ
"Tupã, o Espírito Supremo e protetor de minha raça, encontrou-me um dia no meio de um bosque florescido.
E disse-me: toma esta caixa misteriosa e descobre seus segredos.
E, aprisionado nela todos os pássaros canoros da floresta
e a alma resignada dos vegetais, abandonou-a em minhas mãos.
e a alma resignada dos vegetais, abandonou-a em minhas mãos.
Tomei-a, obedecendo a ordem de Tupã, colocando-a bem junto ao coração,
abraçado a ela passei muitas luas, à borda de uma fonte.
E, uma noite, Jaci, retratada no líquido cristal,
sentindo a tristeza de minha alma índia,
deu-me seis raios de prata para com eles descobrir
seus arcanos segredos.
seus arcanos segredos.
E o milagre se operou: do fundo da caixa misteriosa,
brotou a sinfonia maravilhosa
de todas as vozes virgens da natureza da América."