As Bibliotecas do Centro Cultural São Paulo são os espaços mais conhecidos e frequentados da instituição, seja por conta da qualidade de seus acervos - com cerca de 120 mil livros e documentos - ou do acolhimento oferecido - em disputados espaços públicos destinados ao estudo e ao convívio. Foi para receber este acervo e este movimento que o CCSP começou a ser idealizado há mais de 30 anos. Hoje, o “berço” do Centro Cultural São Paulo recebe cerca de 1000 pessoas diariamente. O Sistema Municipal de Bibliotecas possui um catálogo unificado que permite ao consulente pesquisar o acervo completo e acessar informações sobre diversos espaços.
Entre eles a Discoteca Oneyda Alvarenga onde já se encontra disponível para consulta a obra "Histórias do Choro - crônicas reunidas", de autoria do associado Luiz Otávio Savassi Rocha.
Luiz Otávio Savassi Rocha na noite de autógrafos da obra Histórias do Choro |
O livro, lançado em 2016, por ocasião das comemorações dos 10 anos do Clube do Choro de Belo Horizonte, se destina não apenas aos "chorões", mas também àqueles que apreciam a música brasileira de qualidade e se interessam por sua história. A obra reúne com alguns acréscimos e modificações, as 15 crônicas publicadas on-line, entre agosto de 2013 e dezembro de 2015, neste blog/site.
O acervo da Discoteca Oneyda Alvarenga
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Somados à esta obra, que contém também um pouco da história do Clube do Choro de Belo Horizonte e muitos de seus associados, o acervo da Discoteca Oneyda Alvarenga, considerada um dos mais importantes acervos especializados em música do mundo, abriga múltiplos gêneros musicais de discos de 78rpm e 33rpm, além de livros de música, periódicos e hemeroteca musical e mais de 60 mil partituras que versam entre o popular e o erudito. Nos últimos dez anos já atendeu mais de 120 mil usuários. Hoje ela vem se adaptando aos novos padrões de difusão e acesso.
Histórico
As principais preocupações de Mário de Andrade como gestor do Departamento de Cultura da Cidade de São Paulo eram a defesa do patrimônio histórico e a implantação de uma rádio escola, uma emissora que serviria para educar a população, atingindo, sobretudo, camadas menos privilegiadas. Espelhando-se em experiências europeias e testemunhando o trabalho de Roquete Pinto com o rádio no Brasil, o escritor criou a Discoteca Pública Municipal em 1935. O acervo da Discoteca serviria para manter a programação da rádio escola.
Para dirigir a Discoteca, Mário de Andrade escolheu sua aluna, a musicista, etnóloga e poetisa Oneyda Alvarenga, que organizou o acervo da Discoteca e os primeiros projetos de Pesquisa do Departamento de Cultura. Infelizmente o projeto da rádio escola não decolou. No entanto, Oneyda aproveitou o acervo para criar audições públicas de discos, os Concertos de Discos, programas didáticos que apresentavam desde o período medieval até a música contemporânea da época.
Depois de sua implantação, a Discoteca Pública Municipal teve seu acervo instalado em locais distintos da cidade, como uma ala no edifício do Theatro Municipal de São Paulo, dois andares do prédio da Associação Paulista de Medicina e uma sala fechada no bairro da Lapa. Em 1982, com a criação do Centro Cultural São Paulo, a Discoteca acabou encampada pela instituição. Em 1987 foi rebatizada com o nome de sua primeira diretora, Oneyda Alvarenga, que ficou no cargo até 1968.
Os serviços oferecidos pela Discoteca são: empréstimo de livros, empréstimos especiais a instituições, atendimento a pesquisas pontuais via telefone e e-mail, audição de discos e CDs, plataforma Paradas Sonoras.
Horário de funcionamento: de terça a sexta, das 10h às 20h; sábados, domingos e feriados (exceto Carnaval e Páscoa), das 10h às 18h.
Informações: (11) 3397-4071 ou pelo e-mail discoteca@prefeitura.sp.gov.br
Assista ao vídeo, onde a pesquisadora e musicóloga Flávia Toni fala sobre Mário de Andrade, Oneyda Alvarenga, a criação da Discoteca e sua importância na sociedade.