Heitor Avena de Castro - Foto: arquivo pessoal |
O músico e compositor carioca, Heitor Avena de Castro teve formação erudita, mas é considerado o único citarista popular do Brasil. Hoje celebramos 101 anos do seu nascimento e honramos seu legado à música e em especial ao Choro.
Avena de Castro iniciou a carreira artística em 1937, apresentando-se como solista ou então em duo com o irmão, em salas de concerto do Rio de Janeiro e em outros estados. Na década de 1950, tornou-se concertista de cítara com um repertório especializado, além de autor de transcrições de obras de compositores eruditos como Chopin e Bach. Fez também transcrições para cítara de obras de Ernesto Nazareth, passando então a interessar-se pelo Choro. Na década de 1950, passou a atuar como concertista na Orquestra do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, e ingressou na Orquestra da Rádio Nacional. No mesmo período, assinou também contratos com as Rádios Jornal do Brasil e Roquette Pinto. Ele gravou seu primeiro disco em 1953, pela gravadora Copacabana incluindo no repertório composições dos gêneros fox e samba canção. Seguiu sua carreira gravando obras de compositores como Canhoto, Eduardo Souto, Valdemar Henrique , Abel Ferreira, Zequinha de Abreu , além de composições autorais.
No final da década de 1960 Avena Castro passou a residir na cidade de Brasília, onde trabalhou como apontador durante as obras de construção da nova capital. Em 1962, ele foi recebido juntamente com Jacob do Bandolim e o conjunto Época de Ouro pelo presidente João Goulart no Palácio do Planalto. Esse encontro entre Avena e Jacob rendeu também um disco gravado em 1969 pela RCA: "Avena de Castro relembra Jacob Bittencourt;" homenagem ao bandolinista Jacob do Bandolim e lançado somente após a morte de Jacob ocorrida em agosto daquele ano. Esse disco contou com a participação de Jacob do Bandolim, em sua última gravação, na faixa "Três estrelinhas", de Anacleto de Medeiros. Foram gravadas nesse disco as composições "Ternura", "De coração a coração", "La duchesse", "Doce de coco", "Eu e você", "Bole-bole", "Migalhas de amor", e "Vibrações", todas de Jacob Bittencourt, além de "Papo de anjo", e "Evocação de Jacob", de sua autoria, essa última, uma homenagem a Jacob do Bandolim composta dias após a morte do mesmo. Em sua discografia, encontramos, entre outros, o LP "Uma cítara com amor" interpretando entre outras obras "Delicado" e "Pedacinhos do Céu", de Waldir Azevedo, "Forró-bodó" e "Francinha", de sua autoria, " Divino", de Hamilton Costa, "Inês", de Dininho e Horondino Silva "Dino", e "Machucando", de Alfredo Ribeiro e Nestor Cavalcanti.
A obra de Avena de Castro merece ser conhecida e ouvida, tanto pela sua riqueza como pela sua importância. Entre outros grandes feitos, um deles está diretamente ligado ao Choro. Com sua mudança para Brasília seu envolvimento com a música popular cresceu, especialmente a partir do Choro. Tornou-se grande divulgador desse gênero musical, além de organizador do movimento musical na capital brasileira. Em 1978, fundou juntamente com Reco do Bandolim, Waldir Azevedo, Pernambuco do Pandeiro, Bide da Flauta e Jaime Ernest Dias, o Clube do Choro de Brasília do qual foi o primeiro presidente. Avena de Castro faleceu em 11/7/1981, residindo ainda em Brasilía.
Sua composição mais conhecida é o Choro "Evocação a Jacob", concebida segundo ele, menos como uma homenagem e mais como se fosse uma interpretação do próprio Jacob do Bandolim. Sendo assim, celebramos os 101 anos de Avena com a audição desta composição registrada no LP "Avena de Castro relembra Jacob do Bondolim" , lançado pela RCA Victor em 1969. Apreciem.
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