Abel Ferreira era mineiro de Coromandel |
O contato com o saxofone veio aos 15 anos de idade; conta-se que, sabendo da existência de um sax alto numa outra cidade de Minas Gerais, Abel Ferreira viajou horas de trem apenas para conhecer o instrumento, que nunca havia visto. Aprendeu sozinho. Embora intuitivo, Abel tinha ouvido absoluto e aprendeu a escrever música, dominava a teoria musical, fazia arranjos e tocava piano.
Abel, com o clarinete sempre ao seu lado |
Dois anos após, voltou a morar em Belo Horizonte e tocou com J. França e sua Banda. Com o mesmo grupo apresentou-se em São Paulo, em 1940, e mais tarde com Pinheirinho e seu Regional, na Rádio Tupi paulistana. Pela Columbia de São Paulo e acompanhado pelo regional de Pinheirinho, gravou em 1942 suas primeiras composições: o choro Chorando baixinho, em solo de clarineta, e a valsa Vânia (composta em homenagem à sua filha), em solo de saxofone.
No ano seguinte foi para o Rio tocar nas rádios e com Ferreira Filho e sua Orquestra, no Cassino da Urca. No ano de 1944 lançou uma nova gravação de suas primeiras composições, dessa vez com Claudionor Cruz e seu Regional. Em 1945 e 1946 tocou, respectivamente, nas orquestras de Vicente Paiva e Benê Nunes, apresentando-se em cassinos e na Rádio Globo. Com esses conjuntos musicais e com o seu grupo, formado em 1947, acompanhou vários cantores importantes da época, como Sílvio Caldas, Francisco Alves, Augusto Calheiros, Orlando Silva, Marlene, Emilinha Borba e outros.
Em 1949 ingressou na Rádio Nacional, onde passou a se apresentar como líder da Turma do Sereno; tocou no mesmo ano com Rui Rei e sua Orquestra, gravando na Todamérica seu Choro Acariciando. Pela mesma gravadora, em 1950 gravou Polquinha Mineira ao saxofone o Choro Doce Melodia, ao clarinete. Ambas de sua autoria. Com Paulo Tapajós, seu companheiro na Rádio Nacional, formou em 1952 a Escola de Ritmos, viajando por dois anos por todo o Brasil.
No ano seguinte foi para o Rio tocar nas rádios e com Ferreira Filho e sua Orquestra, no Cassino da Urca. No ano de 1944 lançou uma nova gravação de suas primeiras composições, dessa vez com Claudionor Cruz e seu Regional. Em 1945 e 1946 tocou, respectivamente, nas orquestras de Vicente Paiva e Benê Nunes, apresentando-se em cassinos e na Rádio Globo. Com esses conjuntos musicais e com o seu grupo, formado em 1947, acompanhou vários cantores importantes da época, como Sílvio Caldas, Francisco Alves, Augusto Calheiros, Orlando Silva, Marlene, Emilinha Borba e outros.
Em 1949 ingressou na Rádio Nacional, onde passou a se apresentar como líder da Turma do Sereno; tocou no mesmo ano com Rui Rei e sua Orquestra, gravando na Todamérica seu Choro Acariciando. Pela mesma gravadora, em 1950 gravou Polquinha Mineira ao saxofone o Choro Doce Melodia, ao clarinete. Ambas de sua autoria. Com Paulo Tapajós, seu companheiro na Rádio Nacional, formou em 1952 a Escola de Ritmos, viajando por dois anos por todo o Brasil.
Abel Ferreira, legítimo herdeiro da categoria do clarinetista Luís Americano. |
Abel voltou à Europa em 1964-1965, gravando nesse último ano o disco "Abel Ferreira e sua turma". Visitou a URSS e outros países europeus em 1968. Na década de 1970, principalmente a partir do lançamento do LP "Pra seu governo", de Beth Carvalho, na etiqueta Tapecar, tornou-se um dos músicos mais requisitados em gravações e shows, como acompanhante, no sax e na clarineta.
Legítimo herdeiro da categoria do clarinetista Luís Americano, aposentou-se no rádio em 1971. Com a redescoberta do choro e a criação do Clube do Choro, no Rio de Janeiro, em meados de 1975, voltou à atividade, passando a apresentar-se ao lado de Raul de Barros e Copinha, em vários shows de teatro.
O fato é que Abel trouxe a música dentro de si e dela não mais se separou. Nem de seu instrumento, o clarinete, que carregava para todo lado, lembrando os tempos de moleque em que desmontava peça por peça para tê-lo sempre nos bolsos.
Até seus últimos anos de vida continuou soprando o instrumento, em shows com Copinha e Raul de Barros. Abel faleceu em 13 de abril de 1980.
Na temporada de 1977 do Projeto Pixinguinha, Abel Ferreira e Ademilde Fonseca, ele nos sopros, ela na voz apresentaram clássicos de Pixinguinha, Waldir Azevedo, Ernesto Nazareth e Chiquinha Gonzaga. |
Nas contas do próprio Abel, ele compôs mais de cinquenta músicas. Além das anteriormente citadas, também é autor de Luar de Coromandel, Chorinho do Suvaco de Cobra, Baião no deserto (com Paulo Tapajós e José Menezes de França), Aquela noite, Balança mais não cai, Beijinho na Orelha, Bobo alegre, Haroldo no Choro, Luar de Caxambu, Levanta poeira, O avião, O casamento do Genaro, Sonho negro, Tango da meia-noite, Uma noite em São Borja (com José Menezes), Rio meu Choro, Sururu no galinheiro, entre outras.
Entre seus Choros que se incorporaram aos clássicos instrumentais: Chorando baixinho é um exemplo. E para nossa audição, trazemos o vídeo recém produzido pelo instrumentista mineiro, Daniel Toledo, violonista de sete cordas do conjunto Regional da Serra, expoente grupo da cena do Choro belo-horizontino. Apreciem.
Entre seus Choros que se incorporaram aos clássicos instrumentais: Chorando baixinho é um exemplo. E para nossa audição, trazemos o vídeo recém produzido pelo instrumentista mineiro, Daniel Toledo, violonista de sete cordas do conjunto Regional da Serra, expoente grupo da cena do Choro belo-horizontino. Apreciem.
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A composição "Chorando Baixinho" foi objeto da Tese de Wagno Macedo Gomes. Com o título CHORANDO BAIXINHO DE ABEL FERREIRA:
aspectos interpretativos do clarinetista compositor
e do clarinetista Paulo Sérgio Santos, a dissertação foi apresentada em 2007 ao Programa de Pós Graduação da Escola de Música da
Universidade Federal de Minas Gerais, como
requisito parcial à obtenção do título de Mestre
em Música teve como orientador o Prof. Dr. Fausto Borém.
Para ler a dissertação, siga o link.