Fotos: Foca Lisboa/UFMG |
Com grande pesar, o Clube do Choro de Belo Horizonte se despediu hoje de sua associada, a pianista Tânia Mara Lopes Cançado que faleceu neste sábado. Ela foi professora da Escola de Música da UFMG e como musicista venceu vários concursos nacionais. Também foi idealizadora de dois projetos de extensão na Escola de Música que se tornaram referência nacionais – o Centro de Musicalização Infantil (CMI) e o Projeto Cariúnas. Ela lutava nos últimos anos contra um câncer.
Uma homenagem do Clube do Choro de BH
O evento realizado neste sábado pelo Clube do Choro de BH, em celebração ao dia das mães, foi dedicado à Tânia Mara. Sua partida foi registrada através das palavras do Presidente Acir Antão, que comunicando o falecimento da pianista, enfatizou sua trajetória e talento, lavrado através dos muitos trabalhos musicais e também sociais por ela desenvolvidos.
Durante a roda de Choro, realizada na Feira Tom Jobim, uma homenagem musical foi destinada à saudosa Tânia Mara. Tendo como solista o cavaquinista José Carlos Choairy, os músicos executaram "Minhas mãos, meu cavaquinho" do compositor Waldir Azevedo, que tem a "Ave Maria"(Gounod) como tema incidental. A emoção tomou conta dos músicos e vários outros amigos que se encontravam ali, promovendo mais um momento de saudação ao Choro - uma das paixões da grande musicista, de quem hoje nos despedimos.
Trajetória
Com mestrado e doutorado pela Shenandoah University (EUA), Tânia Cançado fez graduação e especialização na Escola de Música da UFMG, da qual se tornou docente em 1978, tendo sido vice-diretora de 1986 a 1990 e diretora na gestão 1990-1994. Era pesquisadora dos temas ritmos africanos, ritmos haitianos, habanera cubana, choro-tango brasileiro, ragtime americano.
De acordo com o Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira, Tânia Cançado começou a destacar-se em 1984 no cenário musical com o show Tributo a Ernesto Nazareth, em homenagem ao cinquentenário de morte do compositor. Em 1991, apresentou-se na Itália, a convite da embaixada brasileira em Roma.
Projetos e voluntariado
Uma de suas mais destacadas contribuições para o ensino de música, o CMI oferece cursos de educação musical para bebês, crianças e adolescentes, contribuindo para a formação de alunos da Escola de Música. Suas instalações abrigam várias disciplinas dos cursos de graduação e Pós-graduação.
Outra iniciativa de extensão por ela idealizada, em 1997, na Escola de Música, o Projeto Cariúnas“ incentiva a vida como obra de arte e ensina a arte como meio de melhorar a qualidade de vida de crianças e adolescentes". O Cariúnas atende 207 alunos, com atividades de musicalização, dança, canto-coral, criação, teclado, violão, aulas de instrumentos de sopro (saxofone, flauta transversal, trompete, trombone, flauta doce) e percussão.
Pela Escola Parque Cariúnas já passaram perto de mil alunos, com formação musical, muitos atuando hoje como profissionais do mercado. A construção da escola só foi possível graças ao trabalho de voluntários e à sensibilidade do então prefeito Célio de Castro e de seu secretário de governo Paulo Lott, que viabilizaram a doação de um amplo terreno no bairro Planalto, através de Lei de Incentivo do BNDS. A construção e a montagem de equipamentos recebeu apoio da Prefeitura, Governo do Estado, Cemig, Usiminas, Petrobras, Eletrobras/Furnas e do BDMG.
A gratidão aos apoiadores sempre foi manifesta pela idealizadora do projeto. O gosto pelo trabalho voluntário era uma característica da pianista, que, no fim da década de 1980, antes de criar o Cariúnas, investiu em projeto de música com crianças em vulnerabilidade social. E até recentemente, acompanhada pela amiga Maria do Carmo Campara, também professora aposentada da Escola de Música, visitava presídios nos quais apresentava recitais de coral e piano.
Pela Escola Parque Cariúnas já passaram perto de mil alunos, com formação musical, muitos atuando hoje como profissionais do mercado. A construção da escola só foi possível graças ao trabalho de voluntários e à sensibilidade do então prefeito Célio de Castro e de seu secretário de governo Paulo Lott, que viabilizaram a doação de um amplo terreno no bairro Planalto, através de Lei de Incentivo do BNDS. A construção e a montagem de equipamentos recebeu apoio da Prefeitura, Governo do Estado, Cemig, Usiminas, Petrobras, Eletrobras/Furnas e do BDMG.
A gratidão aos apoiadores sempre foi manifesta pela idealizadora do projeto. O gosto pelo trabalho voluntário era uma característica da pianista, que, no fim da década de 1980, antes de criar o Cariúnas, investiu em projeto de música com crianças em vulnerabilidade social. E até recentemente, acompanhada pela amiga Maria do Carmo Campara, também professora aposentada da Escola de Música, visitava presídios nos quais apresentava recitais de coral e piano.